sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

jjrs pub part 3


Voltei pra casa a pé, havia deixado o meu carro com a minha namorada. Passando pelas ruas antigas de santos, comecei a imaginar a historia desse lugar. Como se tivesse vendo as pessoas que passaram por ali. É estranho você ver algo que já tem um certo tempo de idade. E ao imaginar isso lembrei do bar. Das historias vividas naquele local, dos bons momentos que muitas pessoas passaram lá, das gargalhadas que os bêbados do pub renderam ao meu avô e bisavó. Não podia acabar assim. Eu não podia deixar acabar assim. Pelo caminho de minha casa lembrei que passava pela antiga casa do bisavô. Mas ela já havia sido vendida, e se eu não me engando virou uma padaria.
Era uma enorme casa, lembro-me de quando criança ter brincado muito no pequeno jardim dos fundos. E Iluminando essas lembranças eu fui até lá. Ao chegar, entrei na padaria e perguntei o que eles haviam feito com as coisas que estavam aqui quando a padaria foi montada. A moça não soube me responder mas disse que o dono saberia. E como uma tom de desinteresse chamou um tal de seu Manoel. Logo surgiu um homem gordo, com uma cara amarrada por uma portinha que provavelmente levava a cozinha da padaria. Eu o fiz a mesma pergunta que fiz a moça e ele me respondeu com o mesmo tom de desinteresse da moça.

-joguei tudo no andar de cima. Só tinha coisa velha aqui, os sofás mofados joguei em um container de lixo mas o resto das coisas estão todas la em cima.

eu fiquei muito animado, seria a minha chance de encontrar esses documentos. E ai disse  ele:
- o senhor se incomodaria deu subir lá e procurar alguns documentos que estou precisando? Eu era bisneto do antigo dono dessa casa. E estou precisando desses documentos para salvar um bar da nossa família. É possível eu subir lá ? não vai durar mais que meia hora, eu juro!
- sim
- sim o que? Poderei subir?
- não, sim eu me incomodo. Vocês tiveram muito tempo pra retirar essa “ lixaiada” toda daqui antes de vender. Agora essa é minha propriedade e não quero ninguém vasculhando nada la em cima não.

Como já estava a escurecer e eu estava sem carro resolvi ir pra casa. Pelo tom dessa curta conversa já vi que não haveria negociação com esse cara. Ao chegar em casa contei a minha

namorada  os fracassos do dia e a historia do dono da padaria e a resposta dela logo saiu.

- mas como você é bobo amor. A padaria fecha daqui uma hora, é o tempo de nós tomarmos um banho, jantarmos e irmos pra lá.

sem entender o que ela quis dizer a questionei e ela disse:
- a gente vai invadir a padaria e procurar os documentos. Aquela casa é antiga as janelas de cima são ruins qualquer empurrão elas abrem. Vamos la entramos procuramos os documentos e saímos, nada de tão errado nisso.

na hora me pareceu um pouco de loucura, mas gostei da ideia. Acho que não havia mais duvidas por que estava prestes a me casar com essa garota. Mas enfim , assim seguimos o plano. Jantamos e fomos lá. Subir foi mais fácil do que eu esperava. Foi só subir pela caixa de luz nela segurar na sacada e um pouco de força nos braços já estávamos lá em cima. Ao adentrar pela casa, me senti triste ao ver as coisas do meu bisavô jogadas pela casa. Estava tudo espalhado. Livros pelo chão, uma pilha de tapetes em um dos cantos, um armário caído. Parecia realmente uma pilha de lixo. Sem luzes nos lustres tivemos que procurar a base de lanternas mesmo. E assim foi, papeis e papeis lidos e nada dos documentos. Camila minha namorada disse que ia para o quarto procurar. Lá ela ficou por algum tempo até gritar achei!

Corri para o quarto e lá estava ela sentada na cama com uma pilha de papeis amarrados por um barbante.

continua...