sábado, 3 de setembro de 2011

"Viagem da Familia Pera" parte 2

Começamos com o pé esquerdo nesse dia, perdemos a hora e não conseguimos entrar por que o grupo de visitas das 11h já tinha partido. O passeio era dentro do quartel da cidade que ficava ao lado do prédio no qual morei. Tivemos de espera duas horas para ir ao próximo turno. E assim partimos, eu estava muito ansioso, esse passeio tinha de ser a salvação. O passeio foi bom, eu realmente me diverti. Senti-me um pouco mais próximo do pessoal. Pude brincar mais.
conhecemos um pouco da historia da fortaleza de Itaipu, vimos canhões, um soldado gato que acompanhou o grupo, vimos arvores, prisões, mais canhões e mais arvores. E claro não podia deixar de falar do grande seu Chiquinho que nos fez uma demonstração de como usar um banheiro primitivo e dirigiu o ônibus.
logo após a visita, almoçamos e fomos à praia. Já estava tarde, o passeio acabou às 3h. Chegamos à praia 5h. Mais um por do sol. E infelizmente do ultimo dia que todos estariam reunidos nessa viagem. Por mais estranho que parece nós fomos a praia para brincar. Foi sensacional. Fazia anos que não brincava daquele jeito. Brincamos de alerta e de toca do coelhinho (nome realmente estranho).
e quando me deparei estava dentro de um dos melhores momentos da viagem. Todos estavam se divertindo, e eu mais ainda. Estava exausto e com dores, mas aquele momento era tão bom que não conseguia pensar nisso. Em nada na realidade, o mundo passou a ser apenas aquele momento.
Mais outra sensação que na qual não sei descrever. Parecia que as horas deixaram de existir, que as responsabilidades e tudo que me preocupava ou estressava sumiu. Eu havia encontrado a felicidade em uma coisa super simples. Em uma brincadeira com amigos. O cenário estava incrível o sol se punha novamente nas cerras. Tiramos ótimas fotos nesse dia. Brincamos na água, foi realmente tudo de bom.
Antes de ir embora já à noite, eu achei uma concha. Uma concha super simples, e resolvi a pegar como marco daquele dia. Tentei guardar aquele momento naquele pequeno e singelo objeto. E a guardarei para sempre, por que aquele foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Talvez até o melhor de todos.
A noite saímos para lanchar. O calçadão estava cheio de gente. Não tinha muita gente, mas comparado aos outros dias tinha um pouco mais. Comi esfirras até passar mal. Foi super bacana nos divertimos muito. E por fim voltamos ao prédio.
ficamos no saguão jogando truco e tocando violão. Eu não queria que aquilo acabasse. Estava ótimo. E quase uma da manha, nós resolvemos nos despedir. Eu tinha que voltar ao prédio no qual estava hospedado, pois já estava tarde. Foi à melhor despedida de todas. Foi com uma brincadeira. Não era bem uma despedida, apenas brincamos, mas foi a ultima atividade que tivemos juntos.
Brincamos de pique esconde. Essa era uma de nossas favoritas. Foram anos brincando disso sem enjoar. E logo começamos. Correndo pelos cantos do prédio. Estava descalço. Mal sabia que depois disso, meus pés ficariam quase encardidos. Eu me diverti tanto. Sempre formando um time contra o pique. Eu fui o primeiro, e logo escutei aquele maldito “salve o mundo”. E tive de contar novamente. E assim brincamos por sessões.
e depois tive realmente que me despedir. Foi menos triste do que eu esperava. Acho que devido ao momento acabamos nos esquivando daquela despedida cheia de abraços triste. Mas por dentro eu não queria ir embora e nem queria que eles fossem.
quando chegando em casa, eu fiquei perdido. Estava tão cheio de emoções, que não consegui dormir. Passei a noite em na cadeira da cozinha. Vi que aquela despedida não tinha sido tão adequada a Ana. E escrevi uma carta pra ela. Tentei mostrar a ela o quando gostei de tudo aquilo que vivemos e tentei falar o quanto estava feliz por ter a reencontrado.
Os três dias realmente foram poucos, não deu para mostrar quem eu hoje sou. Não deu pra conversar muito, passear mais. Mas foi ótimo. A minha viagem tinha mais uma semana pela frente. Mas pra mim ela havia acabado ali. O que eu mais esperava era ter vivido algo semelhante aquilo.