terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Viagem da Familia Pera

Demorou mas ficou pronto. Nas férias desse ano viajei para são Paulo com a minha família. E resolvi documentar grande parte da viagem em vídeo para fazer um filme. Um mês depois e o filme já esta quase pronto. Tive problemas na hora de editar e acabei enrolando também. Denominei esse projeto de “a viagem da família pera” escrevi um texto também, narrando partes da viagem. Dividirei esse texto em três partes. Hoje postarei a primeira e postarei as outras duas até domingo. E domingo as 21 horas eu colocarei o filme no youtube. Espero que gostem!

“A Viagem da Família Pera ” parte 1

É complicado explicar o que senti nessa viagem. Era algo baseado em uma grande tristeza misturado com uma felicidade imensurável. Eu realmente vivi 15 dias maravilhosos. Por apenas estar com pessoas que amo. Eu pude reencontrar os meus melhores amigos, as pessoas no qual cresci. E posso lhes afirmar que depois de seis anos nenhum deles mudou. Claro todos cresceram como eu, mas a personalidade de cada um continuou a mesma. A primeiro momento eu me senti triste por saber que perdi seis anos em ausência das historias vividas por eles. Senti-me meio sem chão escutando os comentários das ultimas férias e dos amigos novos. Realmente gostaria de ter estado lá, ou melhor, de nunca ter saído. Mas logo superei esse momento baixo astral e tentei aproveitar cada segundo. E me sinto a posição de missão cumprida. Apenas gostaria de ter tido um pouquinho mais de tempo com a turma toda reunida. Mas foi bom, valeu à pena.
Chegamos no domingo, as historias do tenebroso frio logo foram esquecidas quando vimos aquele lindo sol naquele belíssimo final de tarde. Não pensei em outra coisa, bermuda, chinelas havaianas e praia. Não sei o que me deu, sei que corri. Atravessei as quadras com o meu primo feito louco. Como uma criança correndo a um gigantesco pote de doces que lhe fora oferecido.
O mar estava surpreendente naquela tarde, com poucas ondas, mas estava lindo. O sol estava a se por na cerra que cerca a cidade. Tudo tão perfeito. E eu corri, corri pela areia driblando as pouquíssimas pessoas que lá estavam. Ao chegar à beira da água olhei pro mar e não sabia realmente o que fazer. Eu tinha tudo aquilo, mas perdi. Não sei se não soube aproveitar ou se não tinha idade para ter aproveitado da maneira que hoje almejo. Gostaria de ter ido à praia todos os dias no qual morei naquela cidade, gostaria de ter aproveitado cada canto. E isso foi o que me entristeceu.
Mas logo vi que se arrepender seria um erro terrível. Eu tinha dez anos de idade quando sai de lá não podia me culpar assim. Mas hoje digo que se pudesse voltar, faria diferente. Tentaria aproveitar mais. Talvez essa já tenha sido uma das lições que aprendi nessa viagem. E voltando a historia. Parei em frente ao mar por um tempo apenas observando.
E com um sinal de cabeça para o meu primo, tentando dizer:
- vamos?
E ele respondendo com o mesmo sinal querendo dizer:
- vamos!
E assim corremos mais uma vez. Essa foi à corrida mais prazerosa que já fiz. A água estava perfeita. E isso me dava vontade mais ainda de correr. E por final um mergulho, um mergulho de braços abertos tentando abraçar aquele gigantesco mar. E lá passamos quase uma hora. Apenas brincando e aproveitando aquela dádiva.
A vista era linda, tudo estava meio alaranjado devido ao sol que se punha no morro. Tinha poucas pessoas na praia, algumas na beira da água molhando os pés e outras sentadas apenas observando. E por incrível que parece acho que éramos os únicos dentro da água.
A sensação de estar dentro do mar é perfeita. Você se sente como uma formiga perante a um gingante. Mas um gigante do bem, um gigante que acolhe um gigante que banha. A vontade é de se entregar a tudo aquilo. É como estar perto de deus. É estar perante de algo poderosíssimo. Quando a onda quebra pode se ver um pouquinho daquela força. Talvez nem um terço do que aquilo pode mostrar. Por isso o mar é tão maravilhoso. A natureza em si chega a ser surreal. Vivemos muito presos a esse mundo que nós criamos e deixamos de conhecer o mundo que nos criou.
Aquela tarde foi maravilhosa e olha que tinha sido apenas a primeira.
Segundo dia. As historias do frio era reais! Não tão absurdas, mas o frio predominou naquele dia. O mais surpreendente foi ver meu primo comprar uma prancha de bodyboard e resolver entrar na água. Coisa de doido mesmo, não tinha ninguém na praia. Apenas o louco tentando pegar uma onda... E assim os primeiros dias se passaram. Apenas no primeiro dia fez frio depois aquele solzinho voltou a aparecer. E em todos os dias não podíamos deixar de ir a praia, nem que fosse só para sujar os pés, mas íamos.
Na quinta a minha amiga Ana chegou e trouxe junto uma amiga dela. Reunir todos eu não esperava, tinha muitos amigos. E não tinha mais contato com todos. Mas a chegada da Ana foi uma das coisas que mais esperava porque ela e um outro amigo meu que mora lá estávamos sempre juntos. E nós três éramos um time. Brincávamos o dia inteiro, parávamos apenas para pausas chatas como: comer, tomar banho e dormir. E reencontrá-los foi pesadíssimo. Eu me vi diante de uma infância que nunca havia parado pra pensar. Poxa com menos de vinte anos eu tenho uma infância na qual lembrarei pra sempre.
No começo realmente foi difícil, logo pensei
-droga, não será como antigamente. Não estamos nem nos falando direito.
Eu não sei o que aconteceu, mas senti uma enorme barreira. Não conseguia ver aquela intimidade como antes. Eu queria abraçar brincar, falar minhas besteiras. Mas não estava sentindo aquele espaço. Realmente achei que ali seria o fim. Tive uma noite péssima naquele dia, passei horas tentando bolar algo para melhorar aquilo.
no outro dia fomos à praia, conhecemos um amigo da Ana e de sua amiga. O nome dele é Yuri, vulgo Gago. Andamos na praia, e depois marcamos de sair. Mais um dia com uma maldita barreira que não conseguia superar. Ainda me sentia distante, de todos. Parecia que não faziam menor importância deu estar lá. A noite foi bacana, lanchamos e por fim vimos filme. Aquela era a penúltima noite que as meninas ficariam na cidade elas iriam embora no domingo e meu primo também. E eu já estava decepcionado, por que tudo que imaginei que seria foi por água a baixo. Eu não estava conseguindo me sentir bem. Fui pra casa triste. Mas ainda esperava que o terceiro dia e ultimo seria melhor. Acordamos cedinho para ir a um passeio. Um passeio que a seis ou sete anos atrás havia feito com essa minha amiga Ana. Mas começamos com o pé esquerdo nesse terceiro e ultimo dia(...)

continua...